sábado, 12 de fevereiro de 2011

Métodos para minimizar possíveis perdas

A natureza humana faz de nós pessoas despreparadas para possíveis perdas. Isso é natural, vem embarcado no DNA da maioria de nós!
É fato que aprendi isso da pior forma possível, mas o que precisa ser feito agora é um trabalho de prevenção de acidentes, e pra isso é necessário pensar no máximo de coisas possíveis.
Esta matéria, vou fazer no estilo capítulos, pois fica mais organizado, já que o tema requer isso! Lembrando que vou me basear na minha vida de fotógrafo.

Diga com o que tu andas e saberá o que tens

É sempre importante saber "tudo" que você tem, desde equipamentos como outros objetos de uso, pois senão fica como eu, tentando lembrar a todo instante o que se foi no assalto, dando falta de várias coisas quando precisar usar. A correria do dia-a-dia nos faz adquirir as coisas, tirar da caixa, dar uma folhada no manual e logo ir usando e pronto, e assim vai. Eu, realmente, não tenho esse precioso hábito, mas passarei a ter, com absoluta certeza. Talvez seja coisa de gente metódica, materialista, nerd, criar uma lista de pertences! Pode até ser, mas ajuda, pois lembrar de tudo sempre é complicado. Uma grande lista de coisas ajuda não só quando há perdes, como também precisar vender algum equipamento, pois os dados estarão à mão, além do que, você vai gerar um histórico de todo seu equipamento, dando baixa do que se for (espero que por meio de troca ou venda) e adicionando o que for adquirido. Certamente, um controle muito útil, desde que seja feito para ser eficaz.

Criando uma boa lista de equipamentos

Registrar tudo que tem, da melhor forma possível é essencial. No meu caso, haviam muitos equipamentos dentro do carro, e agora só sei do que lembro, ou seja, pouco. Diante disso, segue as informações necessárias para montar um boa lista de equipamentos:
- Tipo
Se é câmera, lente, flash, bateria da câmera, bateria AA, bateria AAA, parasol (geralmente são itens a parte), cartão de memória, sombrinha, haze, carregador, fotômetro, bolsa etc. Isso no mínimo irá ajudar a localizar, organizar ou até mesmo filtrar seus itens;
- Número de série
Todo produto - senão a grande maioria - possui um número de série, ou algum número de identificação de controle de fabricação, lote etc. Geralmente, fica localizado numa etiqueta em local pouco pouco visível, que não interfira no visual do equipamento. Anote todos os números de identificação;

- Marca
Embora as marcas da maioria dos equipamentos seja uma característica aparente, é importante anotar. De Nikon para Canon é fácil saber, mas mantenha um padrão de preenchimento e siga-o por mais obvio que seja;

- Modelo
Anote toda a nomenclatura que completa a marca do produto, pois estas descrevem características importantes do equipamento. Exemplo: Lente Canon EF-S 17-55mm f/2.8 IS USM Zoom Lens
Onde:
Tipo = Lente
Marca = Canon
Modelo = EF-S 17-55mm f/2.8 IS USM Zoom Lens
- Itens inclusos
No caso de uma câmera, pode ser uma alça, tampa do compartimento de bateria (que sai no caso de usar grip) etc. No caso de uma lente, algumas séries acompanham case, parasol, anel, bem como os itens básicos que são as tampas (em alguns casos, o anel, parasol e case são adquiridos a parte, tornando-se um item de equipamento, possuindo número de serie e todos os dados separados);

- Características
Cor, tamanho (dimensões), enfim, algo que diferencie o equipamento de outros. Nesse caso, se julgar necessário, desmembre esse item em colunas;

- Aquisição
Data, local da compra (ou, no caso de usado, ou troca, anote quem vendeu, ou descreva a troca), atendente/vendedor, método (se foi no balcão de loja, internet, importadora), valor, forma de pagamento, nota fiscal, recibo e tudo que julgar necessário para descrever o mais completo possível a forma de aquisição;

- Garantia
Anote os dias, meses, anos. Descreva o período de garantia;

- Manutenção
No caso de uma câmera fotográfica digital, há necessidade de limpar o sensor de 6 em 6 meses, 1 vez por ano, ou quando necessário. Há quem tenha seu kit e sabe fazer isso, pois embora o correto seja levar até a assistência técnica, tudo está sujeito a erros! Enfim, anote tudo que for feito no equipamento, seja troca por garantia, manutenção periódica, reparos por danos sofridos com quedas, riscos, manuseio e demais fatores;

- Histórico
Já vi pessoas que fazem histórico do carro, de câmeras, lentes, equipamentos de escalada (obrigatório por questões de segurança), entre outras coisas. No caso de uma câmera fotográfica, anotar quando ocorrem erros, o botão não disparou, enfim, algum evento em especial é importante anotar, pois pode ser útil em futuros diagnósticos, bem como enriquece sua experiência no uso de determinados equipamentos, inclusive, na hora de ajudar alguém com o mesmo problema, ou até mesmo fazê-lo pensar sobre novas aquisições e encorajá-lo a buscar possíveis atualizações de firmware ou até mesmo recall por parte do fabricante;

- Imagem
Eu fotografo as espécies de orquídeas que possuo, anotando todos os dados dela, e a imagem tem o grande objetivo de acompanhar o desenvolvimento da planta, bem como a beleza das flores. Lógica, as câmeras fotográficas não crescem, mas podem sofrer dados por ação do tempo, quedas e outros fatores. Não custa fazer uma foto da lente ao lado da caixinha e itens inclusos na compra. No mínimo, sua lista ficará muito mais interessante!

Armazenamento dos dados

Há softwares que você pode instalar no seu domínio web, porém, embora seja um grande facilitador geográfico, é perigoso dispor seus dados de forma online, correndo o risco de tornar o conteúdo acessível para pessoas que não tem muito o que fazer, disponibilizando seu tempo para burlar sistemas de segurança, e hoje a facilidade de desviar tráfego de informações web é algo muito fácil.
Sugiro uma tabela no Excel, bem simples, fácil de incluir e modificar ou até mesmo imprimir suas listas. Crie um arquivo, e adicione uma pasta por categoria, e inclua as colunas acima e/ou as que julgar necessário (se preferir, comente logo abaixo, sugerindo outras informações ou métodos).
Lembre-se: É importante dividir sua lista por categorias!
Importante também é manter um backup de tudo. Carregue sua tabela no seu PC, notebook, handheld e qualquer outro dispositivo móvel, mas mantenha uma cópia atualizada num HD externo, CD, DVD, Pendrive, entre outros.
Uma boa sugestão também é imprimir a lista para tê-la em mãos, caso julgue necessário.

Acredite em mim, encare isso como algo essencial, crie esse hábito e mantenha tudo sempre atualizado!
Assim como aconteceu comigo, sofrer um assalto, infelizmente é algo que todos estamos sujeitos, e com uma lista dessas atualizada, você poderá facilmente e rapidamente disponibilizar uma lista "completa" com todos os equipamentos que você perdeu, em sites, blog's, facebook, orkut, fórum's de fotografia e afins.

Esta matéria é de alguém que perdeu brutalmente, não esperava por isso, e ficou perdido por ser desorganizado! Procuro ser otimista sempre, e não é pessimismo algum precaver-se quanto a isso, buscando ser organizado e valorizando o que tem, afinal, é necessário saber perder da melhor forma possível, lembrando sempre que "shit happens"!

Grande a abraxxx a todos _o/

Como enfrentar o sistema: o passo a passo do pós-perdas.

Dias de caos urbano. É como eu me refiro ao que a maioria dos cidadão de bem enfrentam numa cidade como Curitiba! Vou falar de onde eu vivo, diante do que vejo, e como enxergo as coisas, pois acredito que possa existir outras cidades muito mais caóticas como São Paulo - devido ao seu crescimento -, entre outras brasileiras.
Após eu ter sido vítima de um furto completo, a mão armada, o dias de sucedem, além de somarem grande peso no pós-traumático de um estado psicológico abalado, leva qualquer pessoa, por mais calma que seja, a beira de uma depressão, e evitar isso é uma tarefa complicada!
O fator "lamentação" é o primeiro que deve ser abstraído, pois o ser humano nunca está preparado para perder, e a primeira coisa é concentrar forças buscando métodos para livrar-se desse peso! Não é fácil, assim como tudo que envolve o caso, mas é extremamente necessário! O fato é que cai diante do sistema, de boca no chão, e ao levantar, dei de cara com uma única trilha, com dezenas de ramificações, com placas apagadas, luz turva, silêncio, frio. Hora de trilhar, correr atrás de tudo que se foi...

A primeira coisa que fiz após ocorrer o assalto (23h30min, sexta-feira) foi ligar para o 190, onde é dado o "Alerta da Polícia Militar", onde o sistema recebe a placa do carro e assim, se uma viatura por ai avistar o veículo, eles retornam no telefone de contato (até hoje, nada de nada). Como o carro tem seguro, automaticamente torna-se a ultima coisa a se preocupar, porém, o problema passa a ser o que foi colocado de acessório, o qual o seguro não cobre - e certamente é depenado senão pelo bandido, por quem o acha - e o que foi dentro do carro!
Bom, a próxima etapa é a difícil tarefa de tentar pensar como o bandido para que possa imaginar o melhor método de defesa, ou seja, como ele pode ter prejudicar mais do que já fez, usando o que acabou de levar de você?
Primeira coisa que vem em mente é a carteira com "todos" os documentos dentro! Um dos meus erros foi não possui cópias autenticadas de nada do que estava lá, não que isso irá resolver na hora, mas na sequencia, vão entender o porque.
No mundo em que vivemos, todos os dias, pessoas do mau procuram alternativas para burlar o sistema, fazer coisas e erradas, fáceis e eficazes, com métodos "ganhar fácil fazendo pouco" ou "ganhar mais fazendo menos", como queira, e é claro que pra isso, por meios ilegais é a forma mais usada, ainda mais pelas mentes maléficas do crime!
Então, corri ligar para a empresa de cartões de crédito, cancelei o cartão, e durante isso, a atendente pergunta um monte de coisas e só cancela que você conseguir lembrar de algumas compras que fez etc, e num clima desses, para quem nem lembrava a placa do carro, imagina como foi? Enfim, cancelei, e já pedi outro. Hoje, sete dias depois, chegou uma carta simbólica, confirmando o cancelamento.
Logo depois, liguei para a Caixa, cancelar o o cartão de débito, o que foi bem mais rápido. Para pedir outro cartão de débito, tive que ir na agência na segunda-feira, pois não pede por telefone.
Próximo passo, ligar para a seguradora (HDI), registrar o sinistro. Me atenderam muito bem, e enviaram um taxi para que eu pudesse ir o quanto antes até a Delegacia de Furtos e Roubos de Veículos, que fica na Vila Izabel.
Na Delegacia, registrei o Boletim de Ocorrência do furto do veículo, e só, pois eles não registram o B.O. contendo o furto das outras coisas como carteira com documentos e demais pertences, e me orientaram para ir a uma delegacia própria pra isso! Enfim, ficou pra segunda-feira registrar o roubo dos pertences.
Da delegacia, o taxi da HDI me levou até em casa, sem custo algum. Achei bem bacana essa assistência.
Chegando em casa, escaneei o B.O. do veículo e logo enviei por e-mail para a HDI, afim de formalizar tudo o quanto antes.

IMPORTANTE: anote todos os protocolos, datas e números dos documentos produzidos durante o caso, mantendo isso em local seguro, para que no final das contas, você tenha um dossiê montado, caso precise no futuro.

Como já era sábado, pouca coisa se resolve. Então, busquei pensar em tudo que eu poderia fazer durante a semana. E logo descobri que agora, o CPF você faz pela internet. Basta ter os números dos das duas ultimas declarações de Imposto de Renda, e você imprime o seu CPF. Ufa, eu já tinha um documento em mãos.

Segunda-feira chegou, e logo fui no 5.DP, fazer o B.O. dos documentos e pertences, e fazer minha nova certeira de identidade, o que acabei deixando para outro dia devido a fila.

De lá, fui para o Detran dar entrada na CNH (Carteira Nacional de Habilitação), pois sem ela, complica, e para pegar o carro reserva do seguro, no mínimo precisa ter o canhoto que comprova o pedido da nova carteira (que custa R$47,00). A fila é grande, e precisa ter paciência. Demorou cerca de uma hora todo o procedimento da entrada (precisa apresentar o B.O. do veículo, B.O. dos documentos e carteira de trabalho, pois era o único documento com foto que eu ainda tinha).

O RG (carteira de identidade) ficou pra segunda-feira, pois logo percebi que é o menos importante dos documentos, seguido de título de eleitor, o qual será o próximo. Há outros documentos que se foram. O Cartão do Cidadão a Caixa disse que nem precisa cancelar, e quando precisar é só pedir outro. Os Documentos de Rodar do Veículo se foram e como o carro não foi encontrado e nem será, deixa pra lá. Os Cartões de Lojas e Cartões de Locadora de Vídeo é bom cancelar, embora para utilizá-los, o atendente é obrigado a solicitar um documento que comprove identificação, e em últimos casos, se houver alguma compra ou locação feita no seu nome, o B.O. comprova o ocorrido.

Minha "sorte", digamos, foi que eu não ando com a Carteira de Trabalho (útil nesses casos, pois fica sendo o único documento com foto) e Certidão de Casamento (que substitui a Certidão de Nascimento, para esses casos).

Sexta-feira, consegui pegar o carro reserva, porém somente como segundo condutor, pois além de a maioria das locadoras aceitarem como calção somente cartão de crédito com limite de mil reais, a única que achei que aceita cheque (ai o limite vai pra mil e quinhentos reais), a Previcar, o cheque precisa ser de pessoa física e a conta precisa ter no mínimo 2 anos. Tive que recorrer ao meu pai, e vou pagar dez reais por dia de taxa de segundo condutor com seguro para terceiros. Bom, ao menos consigo trabalhar, pois um fotógrafo sem carro, complica.

E falando em seguro de veículos, existe algo que deve ser levado em consideração: Na hora de contratar um seguro, é tudo bacaninha, tudo legal, e o corretor faz o papel da melhor e mais atenciosa pessoa do mundo, o que na prática, você só saberá se isso é verdade ou não quando precisar dele! Digo isso porque o seu corretor é o seu melhor 0800 de seguradora. Ele resolve muito mais coisas do que você pensa, mas ele precisar querer te ajudar. Nesse caso, não tive tanta sorte assim, pois meu corretor de seguros é mais um vendedor de seguros do que um profissional que deveria me ajudar numa situação ruim. Se alguém precisar de um bom corretor, eu indico um amigo, que infelizmente ainda não é meu corretor, mas que já indiquei para alguns amigos e ele atendeu todos muito bem!

No mais, falta o RG e a seguradora trabalhar corretamente e rapidamente para que eu seja ressarcido o quanto antes.
Resta eu trabalhar novamente feito um cavalo, assim como foi 2009 e 2010, recuperar tudo que perdi, cobrir prejuízos e colocar em prática algumas táticas que hoje julgo necessárias para minimizar perdas, diminuir o peso dos danos, e buscar viver da melhor forma no mundo de hoje, onde a segurança é uma felicidade de poucos, disponível para os que podem compra-la!

sábado, 5 de fevereiro de 2011

Eu, vítima do sistema


Dia 04 de fevereiro de 2011, sexta-feira, dia que o sistema gerou mais uma de tantas vítimas, num assalto a mão armada!
Lá por 23h30min, no bairro Água Verde, onde estava indo para uma reunião sobre um grande projeto de Fotografia em Curitiba, e ajudar uma pessoal formatando seu PC para que ela pudesse trabalhar. Essa parte eu não entendi direito, pois eu sempre tento ajudar, ser melhor sempre, fazer o bem, e mesmo assim acontece isso! Foi o que pensei lá na hora... Estava indo ajudar alguém e dar andamento a um projeto que não trás retorno financeiro algum, o qual ajudará a todos os fotógrafos, e justamente neste dia de boas ações, acontece isso?
Um palhaço calado por um bandido!
Um homem brotou do nada, trajando chinelos, bermuda bege, regata azul, moreno jambo, cabelos curtos e pretos, e uma pistola nas mãos, apontada para minha barriga, e o dedo firme no gatilho!
Ele veio correndo de algum lugar - por trás, pois escutei os chinelos no asfalto - e com o revolver recuado na sua linha de cintura, disse:
- Ô amigo, ô amigo! Fica de boa que é um assalto! Dá logo a chave do carro e a carteira, e tira logo o relógio, rápido!
Percebi que ele estava meio nervoso, claro, e respondi:
 - Tenha calma, só isso!
Destaquei as chaves do carro que ficavam num mosquetão à parte (isso é bom, pois as chaves da casa ficaram comigo), virei de lado para que ele visse eu retirando a carteira do bolso, estiquei o braço e retirei o relógio e dei tudo pra ele!
Ele disse:
- Tá com alarme?
Respondi:
- Sim! Aperta o botão da direita do controle.
Ele apertou o da esquerda, várias vezes, nervoso, e disparou o alarme!
Ele ficou mais nervoso, e disse:
- Vai pra lá, vaze, não quero fazer mal pra você não viu! Vaze!
Eu me afastei enquanto ele foi pra perto do carro!
Ai eu disse:
- O da direita, amigo!
Ai ele acertou o botão, as travas baixaram, ele abriu a porta do motorista, e antes de entrar, disse:
- O carro tem seguro né?
Eu disse:
- Sim, tem, mas o que está dentro não!
Ele entrou, ligou o carro e se foi...
A sensação de ter uma arma apontada na sua direção é horrível, ainda mais quando a pessoa está com o dedo firme no gatilho, nervosa, e com cara de malvado! “Horrível, sinistra, tensa” demais a cena!
Fiquei tremendo... Liguei para o 190, e fui rapidamente muito bem atendido pelo Policial Militar, passei os dados do carro – estava tão nervoso que não lembrava a placa, acredita? - e o alerta pela Polícia Militar foi dado. Orientaram-me para ir até a Delegacia de Furtos e Roubos de Veículo. Liguei para o seguro do automóvel, e eles mandaram um taxi, o qual me levou na delegacia lá na Vila Izabel, onde registrei o Boletim de Ocorrência do furto do veículo (sim, eles não fazem do RG, CPF etc, só do carro) onde também fui muito bem atendido pelo Policial Civil, e depois o taxi me deixou em casa!

O lado bom
- O bandido não puxou o gatilho;
- Eu estava sozinho (sou pai);
- Eu não estava armado, pois certamente teríamos trocado tiros e isso é ruim;
- Ele não me levou junto, pois hoje a moda é sequestro-relâmpago (isso é uma das coisas boas de se andar com roupas e carros simples);
- O bandido não pediu a mochila que eu tinha nas costas, onde tinha notebook e mais alguns equipamentos.

O lado ruim
 
- Meu carro se foi, não por marca, modelo, bem material e os cambau, mas porque ele é uma valiosa "ferramenta de trabalho";

- Eu economizei durante um bom tempo para colocar um som de qualidade no carro, para ouvir boas músicas com qualidade boa de áudio interna, nada de marca nem muito caro, mas eu gostava (rádio HBuster, 2 twiters bem bons na coluna, 4 caixas Pionner - 2 de portas dianteiras e 2 atrás dos bancos traseiros -, Módulo grandão que acendia uma luz azul dentro, sei lá qual marca, mas era bom, Caixa com Woofer sei lá qual marca, mas era bem bom também) , e tudo se foi;


- No porta-malas havia equipamentos fotográficos suficientes para montar um estúdio completo:
[ LISTA ATUALIZADA EM 10/02/2011 ]
- 1 Flash para estúdio Lumem 200 (funciona a bateria, sem precisar de tomada), comprado a pouco na Diafilme. Está novo, com 2 baterias (parecida com bateria de moto), carregador na caixinha, com prato, cabos, e bolsa para o módulo de potência, tudo zero, completo, embalado;
- 1 carregador de baterias AA e AAA branco, com transformador e cabos;
- 2 jogos com 4 baterias AA Eneloop (branco, escrito em azul);
- 2 tochas de flash UN-017-I Flash 160 Plus Bivolt, completas com tampa, prato, cor preta escrito em amarelo (comprado na Diafilme);
- kit rádio-flash Cactus V4 com 2 receptores com cabos;
- 2 extensões elétricas profissionais, de grande porte (fio grosso, cor laranja) e 1 extensão fio cor branca, com 3 terminais laranja;
- 2 tripés Pro, cor e material alumínio, aqueles antigos e bem fortes;
- Case com sombrinhas, 1 branca difusora e 1 prata/dourada;
- 1 PenDrive cor prata/alumínio, escrito BurgerKing;
- 1 Kit completo Bosch, com Furadeira/Parafusadeira GBM 10 RE Professional, com empunhadeira e colar de eixo, brocas, pontas de chaves-de-fenda, chaves-philips etc, conjunto de polimento e lixamento, tudo numa maleta azul grande, e a Furadeira é daquelas azuis, da linha Profissional.
- 1 Boina bege (estilo anos 60/70), com xadrez claro em marrom, pequenas fivelas laterais.

OBS: Alguns itens mencionados, como pendrive, boina e outros pequenos e talvez insignificantes, estou descrevendo apenas como possíveis itens de identificação, ou seja, uma pessoa portando um ou mais itens descritos pode ser identificada potencialmente como um suspeito.

Enfim, tudo completo, embora simples, mas muito útil e necessário para o meu trabalho, além de ser tudo bem novo e bem cuidado, e se foi.
(Conforme eu for lembrando e dando falta, vou postando aqui)

- Alguns equipamentos de montanhismo, entre eles, alguns mosquetões e fitas, 2 lanternas (20W e 40W) bem boas e novas, nos cases, com lâmpada de projetor multimidia etc;
- Meu kit de lidar com as plantas, com canivetão de poda daqueles mil e uma utilidades, e de qualidade, “útil” e difícil de achar, e se foi;
- Minha carteira com “tudo” dentro, cartões, documentos, dinheiro, enfim, tudo, se foi;
- Meu relógio de pulso, Casio ProTreck (aquele de pescador, com calendário lunar, se a lua é boa pra pesca, etc);
- Tinha acabado de colocar as travas nas portas, pois como meu carro era de modelo básico, não tinha nada elétrico, nem vidros, nem portas, nada, e se foi;
- Algumas peças de roupas (lembro blusa de lã preta);
- O acento de criança da minha filha também foi junto...

OBS: as descrições fiz somente para efeito de reconhecimento caso haja suspeitas por ai!
Bens materiais, coisas que eu conseguirei obter novamente, claro, mas dói, pois tudo que tenho é fruto de batalhas constantes, e causa grande dor ver isso tudo indo com uma pessoa do mal.
Ele é bandido, e usando seu equipamento de ganha-pão, a arma, ele levou o meu equipamento de ganhar o pão, assim, fácil, apenas pedindo...
Lá na hora, eu queria vê-lo morto, sofrendo muito, pois com ele estava indo muito de mim, ferramentas de trabalho... Ele levou o valor sentimental, parte do que construí, e isso não tem preço, não tem cifras, e vale muito mais que qualquer coisa, e por isso dói muito.
Sou mais uma vítima do sistema, pois o mal acontece devido a uma gigantesca reação em cadeia, que começa lá em cima, pelas mãos de quem possui o poder, poderia fazer algo pra melhorar o mundo, e é tão bandido quanto – ou mais - este que me assaltou a mão armada hoje!
Ao bandido, digo que é um pena o que ele fez, pois o céu e o inferno são aqui onde vivemos, onde tudo que é feito soma para o que será deste momento em diante, portanto, tenho absoluta certeza suas ações irão ser revertidas pra ele, em breve!
Pra mim, acredito que o fator “vida” conta mais que tudo, e agradeço por isso, pois pensei muito na minha filha. As coisas passam muito rápido pela cabeça quando nos deparamos com situações de perigo, como esta!
Continuo acreditando num planeta melhor, procuro todos os dias, sob várias formas, ser a solução que espero ver no mundo (como diria Mahatma Gandhi), busco momentos de paz e alegria, fazendo o certo, ajudando quem eu posso e como eu posso, sendo o mais correto possível, e o que ocorreu hoje não me fará cair, mesmo que a ponte esteja um pouco corroída, a água continuará passando por de baixo, seguindo seu curso, e a partir de hoje, minhas forças irão duplicar para correr atrás do que se foi, e para que o bem possa esmagar o mal, sempre!
Obrigado a todos que de alguma forma me deram forças no dia de hoje, se preocuparam realmente com minha vida, e de alguma forma tiveram pensamentos positivos para que eu possa me recuperar logo deste tropeço do destino.

"Infelizmente estamos sujeitos a isso! Somos cidadãos pagadores de contas, trabalhadores honestos, pessoas de bem e possíveis vítimas da parte suja da sociedade, calados por gente do mal, os bandidos, portadores de armas de fogo, filhos do sistema, aberrações humanas produzidas por uma reação em cadeia gerada pelos maiores vilões do planeta: Os portadores da força suprema, que fazem leis que burlam leis, que roubam o que suamos para produzir, que possuem o poder nas mãos, e são colocados no trono por vontade do povo..."

Espero o melhor de tudo, de todos, e hoje vou rezar pela minha vida, pela minha família, pelos meus amigos, e para o bem da humanidade...
Detalhe: Amanhã, meu dia seria na montanha, onde eu iria colocar umas orquídeas nas árvores, fotografar a natureza, subir o Morro do Canal, chegar ao cume e bem próximo dos Deuses, meditar e fazer minhas orações com um belo incenso aceso ao lado...

Nada é por acaso! E assim é...

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Laelia purpurata alba

Era dia 20 de janeiro de 2011, um dia triplamente especial, pois além de ser o aniversário do meu pai e várias pessoas da família estarem por lá comemorando, tive uma grande surpresa!

Fui no Orquidário Chácara Suíça - onde fui muito bem atendido pela Sra. Zita -, pois eles tem a orquídea Pleurothallis rubens por lá e nada melhor que um presente desses para o meu pai! Foi fato que ele se espantou com o presente, pois não está habituado a ganhar "um vaso de planta", mas tentou ao máximo se interessar por ela, e isso já foi muito gratificante!

Logo depois de entregar o belo presente ao meu pai, como de costume, lancei o olhar para o canto onde ficam minhas orquídeas, era noite, e no meio de todas elas, pude facilmente avista uma única flor aberta, grande e inteira branca, molhada da chuva! Foi espantoso, pois adquiri ela em dezembro de 2010 no Orquidário JR, a planta estava bem pequena ainda e com uma espata precoce, a qual, certamente não deveria vingar pelo fato da planta ser ainda muito jovem - segundo o Sr. José Roberto Thomal disse "a probabilidade da floração é pequena para uma muda tão jovem como esta", e de fato é -, e por isso fiquei feliz demais quando a vi!
Retirei rapidamente o vaso do tempo, e levei-o pra casa, onde ele está com a flor linda até hoje (28/jan), perfumada e incrível!

Esse é o melhor ângulo dela, na minha opinião!
Costumo girar o vaso buscando as formas,
e a elegância sempre impressiona...
A grande vantagem da orquídea estar num vaso é do dono, pois poderá levá-la para um belo cachepô, ou até mesmo ao seu lado sobre a mesa de trabalho, assim como costumo fazer! A lógica biológica da planta consiste em lançar a flor com formas, métodos e odores atraentes o suficiente para seus polinizadores naturais, normalmente as abelhas, que são atraídas pelo perfume da flor, e sob várias táticas que variam para cada planta, os insetos levam o pólem fecundando a orquídea, gerando assim a capsula de sementes! Ao levar a planta para dentro de casa, a vantagem é que com a diminuição da ação do tempo, a flor ganha em durabilidade, porém, seu ciclo natural é parcialmente interrompido!

Essa foi a primeira e inesquecível floração de Purpurata comigo! A flor possui 13cm de diâmetro, toda branca com veias bem finas e visíveis, e o miolo do labelo é amarelado! Perco as contas das vezes que pego o vaso nas mãos e cheiro ela!

Ela desenvolveu rápido demais, pois em dezembro, ainda era um *seedling, e acredito que com a ajuda da rega borrifada com Peter's e Beneroc, ela cresceu forte e rápido, aumentando as chances da espata lançar a flor saudável para fora!

Fiz uma sessão fotográfica dela, claro, e logo que a flor se vá - espero que demore -, vou retirá-la do vaso original de plástico e dar-lhe um belo vaso de barro, pois além das raízes estarem querendo sair pra fora da borda, uma orquídea dessas num vaso de plástico eu não consigo ver!
Assim que eu a envasar adequadamente, farei mais algumas fotos para acompanhar sua evolução, e vou complementando este post conforme o tempo!
Grande abraxxx _o/

*seedling:
Palavra de origem inglesa. Ao pé da letra, seed = sementes, e ling = donzela. A tradução da palavra seedling é "plântula", que significa uma "planta ainda muito nova". Especialistas chamam de seedling uma planta nova que acaba de tornar-se uma pequena muda a partir da germinação da semente! Tecnicamente, uma orquídea é um seedling até o momento que obtém a primeira floração, passando a ser adulta.
Em resumo, o significado mais simples e correto, para o Português do Brasil, é: seedling = muda.

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Siderasis fuscata, magnificamente misteriosa!

Falar da Siderasis, além de ser uma honra, é extremamente prazeroso, pois das plantas que tenho, é o xodó, e logo depois vem as Peperômias, Violetas, e outras que ainda nem sei o nome. No topo da minha paixão por plantas, estão as orquídeas, claro.

Taxonomia: Siderasis fuscata (Lodd. et al.) H. E. Moore;
Mundialmente conhecida como: Brown Spiderwort (Erva de Aranha-marrom, ou Toca de Aranha-marrom) e Bear Ears (Orelhas de Urso);
Família: Commelinaceae;
Origem: Sul e Sudeste do Brasil (lá fora, eles classificam a origem como Brasil Oriental).
É catalogada e citada pelos especialistas como erva rizomatosa, formando touceiras, revestida por pilosidade castanho-avermelhada (exceto nas pétalas), sem caule aéreo visível. Inflorescências no centro da roseta de folhas. Ocorre no sub-bosque de florestas, entre 200 e 400m acima do nível do mar. Seu método de propagação é obtido pela divisão de rizomas, tubérculos, bulbos ou touceiras – como queira - (incluindo deslocamentos). Adequada para o cultivo em ambientes fechados, sua necessidades de água é média, mantendo a rega regularmente e não excessiva, e seu crescimento é perene, aglutinando rosetas.
Embora seja cultivada principalmente por suas folhas (recoberta de finos pêlos), a trapoeraba marrom (Brown Spiderwort) tem atraentes flores roxas, de até 1 polegada de diâmetro (2,5 cm). A temperatura ambiente ideal ao cultivo varia de 10 a 24°C, sob alta umidade. Na natureza, vegeta em turfa. É muito utilizada em paisagismo. Devem ser cultivadas apenas em locais à meia-sombra e protegidos, além de serem sensíveis às baixas temperaturas das épocas frias. É recomendada a aplicação de fertilizantes granulosos, deixados sobre a turfa, ao redor do vaso, longe de onde saem as folhas, de preferência no início da primavera. Há quem indique regar com água morna e cal virgem para evitar a coloração das folhas, mantendo assim a planta sempre arbustiva, mas sobre isso vou perguntar aos especialistas para confirmar. Já ouvi falar de regar Violetas com água quente para melhor floração, mas não sei até onde é mito ou realidade (vou confirmar essas coisas e trarei respostas)!



Note as hastes florais com brotos por abrir e outros que
já abriram, fecharam, e talvez voltem a abrir no dia
seguinte ou sejam descartados pela planta.
Os pêlos ocorrem em toda a planta, menos nas flores.
Agora vou falar dela do meu jeito, com base no tanto que pesquisei, e minha experiência com o cultivo desta magnífica e misteriosa planta.
Naturalmente, ela mora na Floresta Atlântica, nas *turfas, provavelmente nos pés de grandes árvores próximas aos vales e montanhas (nas próximas caminhadas, vou andar com olhos atentos), onde a umidade é praticamente permanente! Nas floriculturas, os vendedores referem-se a Siderasis como Violeta Silvestre.
Costumo dizer que as plantas devem ser cultivadas sob métodos caseiros (casa, apartamento, jardim etc) o mais próximo possível das condições naturais da origem da planta! Ai está uma das grandes importâncias de saber o nome correto da planta que temos, pois com isso, o Google ajuda bastante, mostrando onde ela ocorre na natureza, suas origens e até mesmo relatos sobre experiências de métodos de cultivo. Não são regras, pois há orquídeas, por exemplo, que nascem e proliferam em galhos de árvores, mas temos elas em vasos, onde bem cultivadas nos trazem belas flores como as orquídeas do gênero Gomesa, entre outras tantas.
Esta foto em fiz em nov/2007 do mesmo vaso de plástico
que ela está hoje!
Voltando à Siderasis, vamos buscar imitar seu meio de sobrevivência natural. Num quintal, acredito que um *vaso de barro (sim, pois quando ocorrerem flores, você leva o vaso para dentro de casa) logo abaixo de uma grande árvore onde os raios solares possam chegar somente sob grande filtragem das folhas das árvores, e a chuva não é direta, seria um ótimo lugar para uma muda! Quando eu tiver minha casa com árvore, certamente vou testar isso, pois é o máximo que podemos chegar das suas condições naturais! Dentro de casa, estou mantendo meus dois vasos com exposição ao sol do final de tarde filtrado pela cortina (acredito que fica em 75% pela meu cálculo da *sombra projetada), e as vezes deixo passar uma hora de sol direto, pois a reação da planta no sol fraco e rápido de final de tarde, principalmente em sua época de floração (estamos em janeiro, e um dos meus dois vasos não para de florir), tem sido gratificante, pois ela demonstra uma alegria aparente ao receber tal luz! No mais, a sombra é sempre bem vindo, pois tive indícios que muito sol e/ou claridade faz as folhas reduzirem de tamanho e algumas até ficam retorcidas, encavaladas, mais robustas com aspecto mais forte, mas é notável que a planta reduz consideravelmente seu tamanho! Há sombra, a planta irá expandir suas folhas, aumentar o volume da touceira (talvez para captar mais luz, afinal, é assim que as plantas agem), ficará mais bonita! Acredito que sem aquele sozinho filtrado de final de tarde a floração seja mais rara, ou com menos flores, portanto, em resumo, um misto de sombra e claridade filtrada é perfeito!

Há indícios de ocorrência natural nos arredores do Corcovado, Rio de Janeiro, e claro na nossa Serra do Mar, local perfeito para ela, sua origem nativa.
Pelo mundo, há relatos de aficionados pela planta, como um morador de Anchorage, no Alasca: “Há 20 anos atrás, passei num viveiro, vi uma spiderwort solitária, e a trouxe comigo. Dentro de casa, ela prosperou não importava o lugar! Ocasionalmente vinha uma única flor azul e uma ou outra nova folha, sempre lenta. Mudei-me para a Filadélfia, onde a planta fica feliz na luz indireta vinda do leste pela janela do banheiro. Ela claramente gosta de umidade, embora pareça preferir ficar um pouco seca. É uma planta pouco exigente, com forte vontade de viver, mas de crescimento lento, pois mesmo depois de 20 anos ainda é modesta em tamanho.” Além do Alaska, há cultivos registrados na Florida, Georgia, Illinois, Kansas, Mississippi, Pennsylvania, Tennessee e Virginia.
Meu primeiro exemplar de Siderasis
fuscata
, proveniente de Morretes-PR,
cultivada desde 2005 no vaso de
plástico original.
Note a ferrugem nas folhas de baixo.

Os meus dois vasos foram presentes de amigos (ambos com terra, mas pretendo *turfar mais o substrato). Um deles é de barro, obtido através de divisão de risoma, e o outro é de plástico, o mesmo que veio a planta, e é o que mais dá flores, embora as duas plantas estejam quase que exatamente iguais.
As matrizes foram adquiridas em 2005 numa floricultura em Morretes, Paraná, pelo amigo Francisco Rocha, e presenteadas a mim no meio de 2007, e hoje a planta não está muito diferente de quando a ganhei! Tem mais folhas, claro, mas não é um desenvolvimento aparente, pois como é lento, é difícil perceber, por isso faço fotos das plantas! Cultivei meus dois exemplares desde 2008 no mesmo lugar onde estão minhas orquídeas, pegando vento, pouco sol e filtrado 65% e chuva indireta. Pude notar que as flores vinham em menor número e caíam rapidamente, algumas nem abriam, além de secarem rapidamente as folhas maiores – para cada uma ou duas folhas novas uma secava e caia -, resultando numa reformulação, onde sua foliação passou a ser mais grossa, rígida, menor e algumas encavaladas, sugerindo certo defeito, bem como o porte da touceira que diminuiu, ou seja, desenvolveu bem pouco e reduziu o volume! Outra desvantagem do cultivo *outdoor são as doenças transmitidas por fungos muitas vezes residente em outras plantas próximas. No meu caso, ocorreu uma espécie de ferrugem concentrada ao redor das folhas, o que em pouco tempo acaba secando a folha toda.
A nível de proporção, hoje, minha maior muda tem 11 cm de altura, medidos da terra do vaso até a culminância foliar (boa essa ein :o), e ambas com 22 cm de largura obtidos das pontas das maiores folhas.
Acabei migrando elas para junto das Violetas em casa (apartamento), e em duas semanas ela começou a soltar flores aos montes (isso em 10/jan) e até hoje mesmo (26/jan) tem cinco flores para abrirem amanhã logo cedo, e mais outros seis botões por vir concentrados no meio da roseta, logo abaixo das hastes atuais! Somando, essa leva de flores produziu mais de 26, resultando no maior número de proliferação de pseudo-aranhas pelo vaso :o)

Note o ramo de hastes florais secas sobre as folhas.
É realmente incrível como aparentam ser aranhas!
O apelido Orelha de Urso devido às folhas robustas e peludas é notável, mas o de Toca de Aranha Marrom assusta! É importante lembrar que a Siderasis não abriga a nossa tão conhecida e temida inimiga peçonhenta (ao menos não há registros disso), levando o apelido apenas por “aparentar” aranhas entocadas, pois ela acumula hastes e casulos florais secos por cima das folhas, os quais acabam deslizando com o tempo até a base da roseta, acumulando todos esses resíduos na terra! Quando secos, parecem muito com aranhas, em formato, cor e tudo mais! Eu mesmo, sabendo que a planta é inofensiva, quando fui fazer as fotos, bateu um ventinho e derrubou um ramo ceco em cima da minha mão e levei o maior susto!

Neste caso, bateu um vento e os ramos secos caíram na mesa,
e esse movimento chama a atenção pelo aspecto peçonhento!
Sobre seu aspecto natural tenebroso aos olhos destreinados e desacostumados, tenho uma teoria: Assim como ocorrem nos vasos, na natureza há acúmulos das hastes e casulos florais secos na sua base e por cima das folhas, imitando aranhas peludas entocadas. Li algo sobre chimpanzés gostarem de algumas espécies de Comelináceas, consumindo suas suculentas folhas como uma iguaria formidável! Temos várias espécies de macacos na nossa Serra do Mar, e embora eu não tenha encontrado algum registro do predador natural da Siderasis, acredito que ele exista, o que justifica, de certa forma, seu aspecto aracno-sugestivo! Embora aparente uma película protetora de pequeninos alfinetes, os pelos nas folhas, assim como em várias outras espécies de plantas, acredito que tenham a função de captação de gotículas de água trazidas por nevoeiros, o que garante água em épocas de estiagem.
Sugiro lavar bem as mãos em água corrente após manejar a planta, pois mesmo os pequenos pêlos das folhas das Violetas podem causar algumas alergias, imaginem os pêlos robustos da Siderasis ao coçar os olhos?
Em resumo, acredito que essa planta tem a característica instintiva de produzir uma defesa aparente!

A esquerda, a flor que já abriu e fechou, e a direita,
dois brotos onde apenas um deles abrirá no dia seguinte.
Quem a cultiva diz que ela ama chuva, portanto, se puder levar elas as vezes para um banho de pingos que não a agridam, será ótimo (lembre-se que na natureza ela recebe alguns poucos pingos das árvores, e a maioria da rega a obtida através da umidade do solo). Como com o tempo a tendência é ela cobrir todo o vaso, ficará difícil a rega, portanto, cuide bem ao afastar as folhas, pois elas são bem suculentas como as Violetas, embora mais robustas, e podem quebrar (um bico de chaleira é ótimo pra isso, ou um regador daqueles com cara de beija-flor). Um bom método para saber se há necessidade de rega é colocar o dedo na terra e sentir se está seca ou úmida.

Vale lembrar que, se for usar prato em baixo do vaso (geralmente dentro de casa usamos para evitar vazamentos indesejáveis durante a rega), se for de barro, fique tranquilo, mas com um prato de plástico, coloque cascalhos de tijolo picados do tamanho de pedras britas, pois o cascalho fará com que a água não acumule a ponto de prejudicar a planta, ajudando na evacuação do excesso por meio de evaporação (o tijolo, telha, argila expandida etc, suga a água e seca rápido)! Plantas com excesso de água tendem a apodrecer as raízes e a base dos caules das folhas próximas a terra, levando a planta a óbito.

Normalmente as hastes florais vem com dois brotos, mas
as flores nunca abrem simultaneamente (ao menos eu
nunca presenciei o fato).
Dias atrás, abri a porta de casa e lá estavam cinco flores! Fiquei feliz pra caramba, pois foi a maior floração que já presenciei! Era final de tarde de um grande dia de trabalho, eu estava com fome, fui tomar um banhão, fiz um mega cafezão, e cerca de 1h depois fui fotografar a planta, e adivinha? As flores estavam fechadas.

A Siderasis é incrível, pode-se viajar pelas suas formas e jeitos. As flores nascem não todas de uma vez, saem umas, abrem, fecham, no dia seguinte abrem as mesmas, fecham e abrem às vezes no mesmo dia - sim, inexplicavelmente ela tem uma notável vontade própria, faz o que quer com seus frutos -, caem, e saem outras, e por ai vai! Curiosamente misteriosa!

Aqui em Curitiba não é fácil encontrar esta planta rara, mas se acharem em algum lugar, compre sem pensar, ainda mais se você já cultiva Violetas, ai não terá dificuldade alguma! Você terá "a planta" mais misteriosa da sua vida, e um belo vaso durante anos, e seus filhos e netos uma bela herança!
Enfim, deslanchei e falei demais até, como de costume, mas isso flui, e só entenderá quem partilha do mesmo sentimento pelas plantas! Acho que escrevo depois sobre o assunto porque nos últimos anos, talvez com meu amadurecimento, acabei me interessando mais por plantas, em especial as orquídeas. Há mais de 18 anos caminho pelas montanhas, minha praia é o mato, meu mar são os rios e meu sangue com percentuais de alemão e ucraniano talvez tenha tido mais ênfase genético ao bugre vindo da minha avó paterna, pois meu faro é aguçado e percepção muito boa, em como herança, todos meus avós cultivaram e cultivam plantas!

Essa é a Siderasis fuscata, robusta, bela, diferente, curiosa e misteriosa, por Rubens Nemitz Jr.

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Sobre esta magnífica planta, escrevi o pouco que sei, da forma com a qual consigo me expressar! Para dados mais técnicos e completos, acesse minha principal fonte de pesquisa, o blog do amigo Francisco Rocha , o culpado por eu gostar tanto assim da Siderasis, pois foi dele que ganhei o primeiro vaso!

*Taxonomia

Classificação Científica ou apenas Nome Científico.
É o ramo da Biologia e da Botânica que cuida de descrever, identificar e classificar os seres vivos, animais e vegetais. Também é a parte da gramática que trata de classificação das palavras.

*Turfa
É o substrato natural da Mata Atlântica, composto de folhas, galhos e toda matéria vegetal que cai das árvores e plantas e vem com a chuva, são retidas pelas raízes das árvores, criando um acúmulo de matéria orgânica onde a sua decomposição produz o alimento e local ideal para a planta.
Para produzir uma pseudo-turfa em casa com o que achamos no mercado, é necessário misturar fibra de coco (felpas de xaxim é perfeito, mas está em extinção e a venda é proibida),
carvão vegetal moído em pequenos pedaços (+-1cm) casca de pínus moída em pequenos pedaços (+-1cm), produzindo a base do mesmo substrato que usamos no cultivo de vasos para a maioria das orquídeas, porém, com é essencial acrescentar um percentual de cerca de 30% de terra. Mistura tudo isso e temos algo muito próximo da turfa.

*Sombra projetada

Para saber a luminosidade ideal para a maioria das plantas de ambiente interno (indoor), basta notar a projeção da sombra da planta (ou coloque sua mão para projetar a sombra), a qual deve ser claro, pouco densa, enevoada, e não uma luz muito quebrada. Perceba o sol incidindo na sua pele, suave, sem agredir! Esta será a luz ideal.

*Cultivo outdoor
Fora de casa, geralmente em condições naturais e/ou ação do tempo, quintal, recebendo sol, chuva, vento. Indoor é o oposto, ou seja, dentro de casa!

*Vasos

Aqui está uma questão polêmica dentro da minha visão técnica e estética: qual vaso usar para qual planta?
No quesito técnico, e talvez obvio, para plantas que precisam de maior nível de umidade, certamente o vaso de plástico é o mais indicado, pois acumula melhor a água e a rega pode ser menos freqüente! Para plantas que precisam de melhor drenagem, ou seja, não suportam muita umidade por maior tempo o que ocorre apodrecimento de raízes etc, o vaso de barro é o mais indicado!
No quesito estético, não tenho dúvidas que vasos de barro dão show! Se tem uma coisa que me irrita é ver um belo exemplar de orquídea num vaso de plástico! Parece que desmerece a planta! É como comprar uma Mercedes e colocar rodas de Fiat 147. Além dos vasos de barro serem fabricados com matéria prima natural, quanto mais velho, mais verde devido a formação de musgo, vejo que engrandece a planta, pois demonstra algo saudável, natural, como se a planta estivesse feliz por estar nele!

sábado, 22 de janeiro de 2011

A humanidade está "evoluindo" sua espécie, para um ser qualquer, sem coração...

Vou fazer uma pergunta aos poucos seres humanos que ainda existem nesse planeta, e respondam com rara sinceridade, esta que nasceu com alguns de vocês:
Foto feita no dia seguinte [23/jan], onde houve outra
 tempestade de grande escala.
É fácil olhar pessoas precisando de ajuda e não fazer droga alguma? Quase 200 pessoas nas janelas assistindo 15 trabalhando para salvar as coisas, e só porque seu apartamento ou sua casa não entra água, não sofre com o clima, e seu carro está numa vaga que não enche de água?
Sério, eu tento me colocar no lugar dessas pessoas frias, para entender como é ver de perto e ter a frieza de ficar de fora, como se o problema não fosse seu!

Hoje, acredito que temos 3 tipos de seres humanos:
- Ser humano do mal (45%): Vivem pra si mesmo, pouco importa quem está a sua volta, dane-se, tira o seu da reta e o resto é resto! Geralmente são bem sucedidos financeiramente, mascaram coisas boas, quando na verdade possuem uma vida de plástico, e por serem incapazes de fazer o bem, resolvem acabar com os menores, esmagando o que podem, como se estivessem literalmente eliminando os inimigos numa guerra!
- Ser humano moita (45%): Esse é aquele que não influi nem contribui! É o ponto flutuante da coisa, não ajuda mas não atrapalha, e acha que faz o bem pelo simples motivo de não estar fazendo o mal! Daqueles que só ajuda se alguém pedir, só faz se realmente não tiver outra saída, enfim, o moita!
- Ser humano do bem (10%): Faz o bem, é do bem, nasceu com isso! Não espera alguém pedir, o senso de ajuda flui dele, é inevitável fazer algo para ajudar, não consegue ver o bicho pegando sem fazer algo para ajudar, e se deixar de fazer, ficará dias sem dormir por conta disso, pensando "Pouts, eu poderia ter ajudado aquela pessoa! Eu poderia ter apagado aquele fogo! Eu poderia ter feito algo..." Busca ser a solução que espera ver no mundo, simples assim!

A maioria das pessoas são do mal, só pode (procuro não pensar assim, mas é o que o mundo mostra)! Outras pensam que são do bem só porque acham que não fazer o mal já é suficiente? E menos de 10% é do bem, faz coisas pra melhorar o mundo, e ainda tem que combater a maldade de outros!
Porque eu estou falando isso tudo?Em setembro de 2007, na maior catástrofe que o fogo causou na nossa Serra do Mar, estávamos em poucos, cerca de 50 montanhistas que largaram tudo para estar lá naquele caos, e cerca de 50 bombeiros que faziam o que podiam para apagar o fogo! O Bial chama os BBB's de heróis por ficarem presos numa casa para ganhar um milhão de real's? Deveria pesquisar mais sobre heróis...
Catástrofes climáticas vem ocorrendo aos montes no mundo, e no Brasil - um país onde o clima é mais pacífico a nível mundial - já estamos sofrendo com as mudanças climáticas, causadas pelo homem, estes que provavelmente estão inclusos nos 45% + 45% citados acima!
Esse é o amigo Lineu Filho,
montanhista e fotógrafo.

Hoje, aqui no condomínio onde moro, me uni aos bons e ajudei a minimizar o caos causado pela chuva torrencial que atingiu algumas regiões de Curitiba! Não vou ficar contando vantagem das coisas que fiz, não é assim que funciona, pois não me sinto herói que conta vantagem, mas uma pessoa que faz o bem, e vivo feliz por isso! O que me irritou, novamente, foi os quase 200 moradores, debruçados em suas janelas, espectadores tranquilos, enquanto 15 lutavam para minimizar a fúria das forças da natureza! No incêndio, nos momentos de descanso, dava para fotografar algo! Hoje, queria ter fotografado, inclusive para o concurso onde o tema é Clima, mas além de não ter dado tempo, optei por largar a câmera e pegar um rodo, e por isso ilustrei a matéria com as imagens do combate ao fogo.
Acampamento base dos montanhistas que
lá estavam lutando contra o fogo.
Em 2007, depois que o fogo já havia sido controlado, chegou um ônibus com os almofadinhas da montanha, que embrenharam pelas trilhas para registrar o caos, e sujavam seus rostos de carvão para dar entrevistas para a RPC dizendo como foi difícil e trabalhosa a tarefa de apagar aquele fogo todo! Levar vantagem em cima do trabalho exaustivo e sem limites que as pessoas do bem fizeram não é o pior! O pior mesmo é ficar em casa vendo o noticiário e comendo pipoca ao invés de ir defender o local onde vai caminhar nos finais de semana! Há registros também de um monte de "montanhistas" que estavam escalando vias no Anhangava e São Luis do Purunã enquanto o fogo acabava com a mata nativa do Ibitiraquire.
Numa ida pro Ananhagava, ouvi alguns desses montanhistas almofadinhas dizerem "que droga, agora temos que ir pra outras montanhas, pois o fogo acabou com o Caratuva, e vai demorar pra recuperar!" Sem comentários...

Isso que escrevo pode parecer coisa de "cara revoltadinho", mas não! Se você pensou isso, provavelmente ou és do mal ou mais um moita assumido, então, reveja seus conceitos humanos, faça uma alto-análise e tente entender melhor as coisas! Se mesmo assim tu acha que está apenas lendo um texto revolto - se é que sua leitura chegou até aqui -, ótimo, feche esta página e esqueça, pois você será sempre o que espera pra si mesmo, pequeno, hipócrita, medíocre, e só!
Sério, há tempos eu me deparo com situações desse tipo! Na hora, penso só em ajudar, e não me preocupo com quem quer apenas olhar, ou falar sobre sem fazer algo pra ajudar, mas depois que tudo acalma, me bate essa tristeza, tal como uma decepção, talvez até sinta vergonha por eles. Mas hoje eu tive a plena convicção que o ser humano está "evoluindo" sua espécie, para um ser qualquer, sem coração...

Sobre o clima do planeta, escrevi algo que julgo conveniente para o momento:
"O mundo está mudando! A natureza reage, dentro do que resta, buscando vida! O homem desprovido de cultura suficiente, ataca pelos flancos, e o planeta não pode deixar suas defesas caírem, e não o fará. A era dos homens não se acabará, mas onde pisamos, o que respiramos, para onde olhamos já não é mais como antes, e será diferente a cada passo da ignorante, inconsequente, impune e desonesta humanidade atual..."
Rubens Nemitz Jr
Desculpa o desabafo, mas passou dos limites, e eu preciso escrever, já que minha educação não permite falar algumas verdades para pessoas que não merecem minha atenção.
Obrigado _o/

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Plantas. Seres vivos para seres humanos!

Há alguns anos, dez ou mais talvez, comecei a olhar de uma forma diferente para as plantas. Montanhista, defensor da natureza, sempre fui daquele de olhar muito bem para não pisar em algo vivo pelo chão da mata! Mas um certo dia eu quis saber o nome científico do Palmito durante um replantio que fazíamos na Serra do Mar. Uma planta tão nobre como aquela, e tão depredada irregularmente por homens sem cultura, merecia ser chamada ao menos de Euterpe edulis.
Eu era estagiário e voluntário no Marumbi, e ao redor do alojamento, haviam várias ervas, e conhecê-las era importante para não fazer o chá errado. Era época de faculdade, e meu projeto era no Parque Estadual do Marumbi.
A sim, sou formado Analista de Sistemas, acreditem!
No ultimo ano de faculdade, entrei numa empresa meio governo, meio autônoma, e lá haviam vasos feios pra todo lado, um local grande com terra lotada de tranças de Jibóia (Epipremnum pinnatum), bem judiadas, brancas de cochonilha, um ser inteligente que entende muito de plantas, um maluco que não entendia muito mas queria entender e eu com esses tipos de amigos! Hehehe!
Enfim, os vasos ficaram melhores, o grande local de terra ficou mais verde e variado, sem as pragas, a empresa ficou mais bacana e o conhecimento melhorou junto com o interesse pelas plantas!
Entre tantas ornamentais, e outras pequenas e belas aos meu olhos, tais como as Peperomia's, Violetas, várias suculentas e outras tantas espécies bonitinhas, uma espécie logo tomou seu lugar na paixão pelas plantas. Um certo dia ganhei de um amigo uma muda de uma tal Violeta Silvestre, robusta, estranha, mas bonita. Não dei muita bola, fato, mas o dia que vieram as flores, a coisa mudou totalmente! Ali estava a Siderasis fuscata, com seu aspecto de urso, controle no jogo magnífico e curioso do abre e fecha de suas flores, enfim, a planta misteriosa!
"Pensar... Treinar os olhos a enxergar o que há em volta, nos mínimos detalhes
do que é mais simples, na beleza do raro silêncio, no som da folha seca que
cai no chão... Vejo de longe o que estava perto, fico próximo do que não notava.
Busco a importância nas coisas, no limite do entendimento, e acabo achando
um pouco de muito no meu pequeno mundo de ilusão. Lacunas filosóficas que
proporcionam inspiração, seja para falar ao vento sobre esse meu tormento,
ou para uma foto que nasce diante um conturbado espasmo de solidão..."
Rubens Nemitz Jr
Desde então, encontrei o que faltava na minha vida para que eu pudesse ter alguns bons e raros momentos de paz e satisfação, afinal, as plantas precisam do cultivo do dono, e essa aprendizagem é algo excelente para elas, e vital para quem desenvolve a cultura, o respeito, o amor por seres tão vulneráveis, ameaçados pelo homem.
Numa caminhada para o Pico Paraná, ao contornar o Caratuva pela trilha da bica, passamos por um túnel de Sophronitis coccinea, floridas (julho/2007), e o deslumbre foi fantástico.
Em 2008, no incêndio que devastou o Morro do Caratuva (Serra do Ibitiraquire, Paraná), eu e o Marcio fomos voluntários por 2 dias inteiros! Lutamos contra as chamas, e tivemos momentos de extremo perigo (sim, quase não voltamos, pois o fogo nos cercou), e de tristeza, pois não conseguimos salvar dezenas de exemplares de Sophronitis Cernua, orquídea da região daquela Serra, e quase extinta na natureza. As que conseguimos, fizemos a reposição, e duas touceiras trouxemos pra casa para tentar salvar, mas elas foram muito danificadas pelo fogo, e não resistiram! Ai estava o start do interesse por orquídeas.
Um certo dia, numa ida para o Morro do Canal, numa caminhada bem boa e longa, encontramos algumas espécies de orquídeas na natureza, e em abundância, e lembro bem do manto de Maxilaria's, uma epífita dando uma de rupícola, cobrindo as pedras da encosta na Torre do Vigia!
Enfim, contatos com as plantas pra lá e pra cá, e hoje as orquídeas são uma paixão a parte, pra não dizer um vício, esse, ao menos saudável!
Com tantas coisas boas que posso falar sobre gostar de plantas, infelizmente tem uma coisa que não é nada boa, é ruim, péssima, e machuca: morar em apartamento, assim como eu, que tenho que manter meu jardim e meu orquidário na casa dos meus pais, longe do dono! Meus pais gostam, pois além de ser bonito, o filho deles mantém uma regularidade maior de visitas :o)

Esta é uma pequenina história, a qual escrevi para demonstrar o lado bom de cultivar plantas. Acredito que se ao menos todos pensássemos o tanto de benefícios que nós humanos temos por causa das plantas que existem no planeta, com certeza ao menos o respeito por elas iria aumentar, e quem sabe até mais e mais amantes e praticantes dessa cultura.

sábado, 20 de novembro de 2010

Valores... É certo cobrar sendo que você deve?

Correria...
É esta a palavra padrão que segue depois de um "olá, tudo bem, como está?" na maioria das conversas de hoje em dia!
Com essa onda de tempo curto, há algo sendo perdido, deixado pra trás, talvez pelo fato da evolução da raça - sim, evolução da humanidade -, onde as novas gerações aceleram o metabolismo da sobrevivência pensando demais em "ganhar, ganhar e ganhar a todo custo", e entenda isso não só monetariamente, mas também e principalmente na questão de valores - aqueles que nossos antepassados empregavam incansavelmente na nossa educação - são deixados em segundo, talvez até mesmo esquecidos!

Há tempos venho observando questões relacionadas ao respeito, valor raro e pouco cultivado! Dar-se ao respeito e respeitar antes de cobrar por ele é a forma correta de buscá-lo, fato!
Mas o que é o tal "se dar ao respeito", que tanto ouvimos falar, mas esses dias eu acabei citando isso numa conversar e, acreditem, não me entenderam!

"Dar-se ao respeito" significa você demostrar respeito para se fazer ser respeitado!
Simples não? Sim, para as gerações passadas!

Um exemplo:
Aqui onde modo a piazada brinca de umas coisas meio destrutivas, e não é de hoje! Dias atrás eu chamei atenção de um grupo de moleques que destruíam o jardim do condomínio com brincadeiras desnecessárias, e fiquei pasmo com a reação deles, todos usando um linguajar péssimo, gestos horríveis e finalizando com um "se liga mané"! Logo após, fui falar com o pai de um deles, e logo percebi de onde vem a notável falta de educação...
Outro dia também, fui qualificado como ancião numa conversa, por defender questões semelhantes... É fora de moda?
Enfim, é lamentável!

Hoje, me ocorreu outra variante valorosa do tema: reconhecimento!
Antes mesmo de cobrar reconhecimento próprio, buscar reconhecer o bom trabalho de alguém é algo muito importante, e faz bem!
Prestar atenção aos detalhes, ao tempo que as pessoas empregam para te produzir um serviço, reconhecer isso falando algo bom para ela!
Com isso, não só estará sendo gentil fazendo o certo, como fará o dia daquele ser humano muito mais feliz, quem sabe a semana, o mês, e talvez até - empregando as palavras certas no momento certo - poderá mudar positivamente a vida de uma pessoa, além de estar melhorando o mundo com um simples ato! Dói fazer uma pessoa se sentir especial?

De modo otimista, a grande maioria ainda não possui essa visão, o que me preocupa muito, pois se as novas gerações estão vindo com escassez de valores, como isso poderá evoluir para melhor?

O que vejo é que grande parte das pessoas pouco se importam em fazer o certo, agir corretamente, fazer coisas boas, dar um bom dia, ser gentil! Mas cobram por isso sempre...

Se você não é o que espera ver no mundo, como pode cobrar que os outros sejam? Trata-se de um raciocínio simples demais para ser deixado de lado.

Dar-se ao respeito é básico... Reconhecer para ser reconhecido é indispensável!

Perceba e pratique isso! Sua vida irá evoluir para melhor, com absoluta certeza _o/

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Até onde vai um homem...

"Até perder a noção da diferença entre sonho e obrigação.
De desejo e necessidade;
Amor e paixão.
Até onde não há mais como pisar, sentir, sorrir;
Ao abismo. O limite da solidão!
O homem vai até não há mais o chão..."

Até quando não há mais o que tentar, não só para poder dizer "eu fiz de tudo", ou enevoar o ego com toda a certeza do limite ultrapassado, onde o amor está dilacerado... O amor, acabado.
Tolo! Medíocre! Ingênuo...
Pensar que amar faria fazer mais que tudo, que o máximo.
Acreditar, que o limite seria o bastante, e hoje ver que só serviu como base para se ver no espelho e enxergar um pleno ignorante na arte de amar uma mulher!
Fracasso talvez. Ódio demais, tristeza em encarar o real.
Medo de fechar os olhos, de abrir o coração é o que resulta...
Fingir novamente que tudo pode ser arrumado, consertado, remendado?
Não... Este burro que vos fala é um ex-motivado pela fé da reconstrução familiar! Alguém que por muitos momentos dedicou pingos de vida para ressuscitar o que já estava morto, acreditou no que tudo poderia ainda ser perfeito, possível, que teve tudo nas mãos, e que viu tudo desabar lentamente, como areia fina por entre os dedos caindo e aos prantos levada ao vento, sem que nada pudesse fazer.
A areia acabou, o vento parou, os olhos secaram, e o que ficou foi o vazio, o silêncio escuro, tenso, frio.
Não há mais nada, além da vontade de construir tudo do zero, mais uma vez, agora diferente...
Suficiente.

terça-feira, 5 de outubro de 2010

AUTOR DA OBRA DESABAFA SOBRE OBRA SEM AUTOR

Toda obra possui um autor, e disso todos sabemos! Como podem simplesmente esquecer assim? Ainda que fosse raro isso...
Toda foto produzida possui um nome vinculado a ela, e é DEVER pessoal e de todos os veículos de comunicação exibir a autoria da obra! Isso é LEI, e não é de hoje que insisto em apertar essa tecla!

RESPONSABILIDADE
...
Desculpas eu ouço todos os dias, mas depois de passou na máquina de impressão, foi-se! Na internet ainda tem como corrigir (embora apenas os respeitosos o façam, ou seja, poucos), mas e via meio impresso? Ou o nome fica errado, ou trocado, ou substituído por "Divulgação" (que até hoje não sei quem é esse famoso fotógrafo de nome genérico), ou até mesmo sem nome algum né? E nada acontece...

Creditar corretamente a obra é um dever a ser cumprido, e não um favor a ser feito!

RESPEITO...
Fotos publicadas sem o nome do autor não é "nada bom" para quem estuda sempre a arte da fotografia, evolui em conhecimento, material de apoio, equipamento, buscando sempre melhorar o produto final, dedica tempo aplicando todo seu potencial, trabalhando duro para produzir qualidade fotográfica à quem merece: o cliente!

ÉTICA...
Nada mais justo e correto que haver respeito pelo fotógrafo! É digno agir no "mínimo" recíproco à dedicação a qual a produção fora realizada!

BOM SENSO...
Não é bonito ver uma foto bacana de pessoas, objetos, locais, coisas etc? Não é uma grande satisfação usar uma foto a fim de mostrar para o mundo tudo que ela diz com absoluta beleza? Tudo isso é muito lindo, tão quanto o belo e inteligente gesto de vincular junto à publicação o nome do autor!

Desculpem o desabafo, mas isso vem passando dos limites!
Muito obrigado pela atenção de todos _o/

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Nove do nove de zero nove...

Algo me diz que esta data me fará bem de alguma forma!
Virá um sim no lugar da chuva de nãos, uma ligação de contato, um fechamento de contrato, uma e-mail positivo na resposta do orçamento, uma oportunidade de boa ação a ser feita, uma verdade no lugar de dez mentiras!
Um sorriso vindo do nada, um simples obrigado dito com os olhos, um não chorar hoje, por favor... Me traga uma alegria!
O celular irá tocar com alguém dizendo "pode vir receber que tua grana está aqui", mas não vou imaginar demais a ponto do pagamento estar todo correto, mas que venha algo, já basta!
Que nada disso aconteça, tudo bem, mas por favor, que ao menos antes de ser dia dez alguma boa idéia passe pela minha cabeça, daquelas que resolvem problemas, trazem soluções e colocam sorrisos nas caras certas! Me faça ganhar na loto então, e verá que eu com dinheiro não terei carrão de esticar o pelo, nem casarão de milhão, muito menos plásticas no nariz, armas de fogo, implante na careca e muito menos irei bancar o manda-chuva com os menos favorecidos! Serei o que sou, apenas com um baita equipo para fotografar (claro, quero fazer bonito hoje pra virar história), um offroad pra andar no mato e chegar até minha casa de montanha, com a mulher que puder me amar, meu cachorro grande e amigo, meu café de grão selecionado pra eu mesmo torrar e moer, meu cigarro de palha, antena wifi, sistema de captação de água da chuva, de luz solar e de irrigação, sistema de viver, vontade de sonhar, dinheiro pra comprar a semente de plantar pra colher a felicidade de continuar humilde, poder ajudar, poder se orgulhar... Quero, e não descanso enquanto não chegar a minha chance, pra eu poder construir para todos a oportunidade de ver como é bom poder ter muito e continuar sendo bom, como se ainda tivesse pouco!

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

O segundo dos primeiros de setembros de mais de três décadas

Trinte e dois primeiros de setembro, e esse é marcado por uma terça, uma semana, sete dias que deixo de estar sob o mesmo teto do meu maior tesouro.
Eu queria muito falar aqui, agora, sobre meus trinta e poucos, pois tenho até muita coisa pra dizer disso, mas como posso escrever ignorando o que realmente povoa minha cabeça?

Escrever é isso, pra mim... É por pra fora o que sente, sem tropeçar nas virgulas, colocando os pontos, estudando as concordâncias, aplicando sem medo os verbos!

Foi terça passada que meu coração trincou, e nem sei se irá colar tão cedo! Havia cerca de três semanas que eu já encaixotava e transportava de lá pra cá minhas coisas. Tristeza que eu vivi, pois pra cada objeto que entrava numa caixa, havia uma história contada, de como foi parar ali, porque ele existe e pra que foi usado, qual a finalidade, e todo um valor sentimental que qualquer coisa do mundo possa ter... Aqueles dias foram doídos de uma forma que jamais senti! Uma dor raivosa que amedronta, seca, sem volta! Dor que vem e devasta, levando junto coisas de mim, deixando vazios e nós na garganta. Teve um saquinho de parafusos sujos de poeira de buraco de parede que eu lembrei o porquê da existência! Coisas que foram compradas para uma única finalidade, e estavam lá, usadas pela metade, vencidas, outras ainda sem abrir, e algumas que não puderam ser abertas! Também haviam coisas de proposta tentada, mas não conseguida, outras de missões bem sucedidas, vitoriosas, cheias de histórias boas de cumprimento do dever, mas a grande maioria eram restos de tentativas inalcançadas, cabisbaixas condenadas por derrotas obtidas numa guerra de um lado só...

Eu tinha medo de umas coisas, umas caixas, uns pacotes, mas chegou à vez deles. Lá estavam as coisas que eram minhas antes mesmo de assinarmos uma união escrita. Coisas que tirei da minha parede de guri, das minhas prateleiras de menino, feitas a mão de madeira pegas do meu avô, e nunca mais houve chances de expô-las, mesmo eu tendo, enfim, as minhas paredes para furar, eu não podia, não pude, e não mais! Junto, estavam imagens de conquistas lindas, vitoriosas, montanhas escaladas na raça, quadrinhos e enfeites da feirinha, palavras escritas lançadas com carinho sobre uma ou outra foto de fundo, mas esquecidas ao pó, condenadas a permanecer enleadas em jornal. Havia artes escolhidas e feitas a dedo, cujas pobrezinhas foram recusadas. Feitas com carinho sabe, pois não valem nem centavos talvez, mas existe um valor não descrito por cifras. Fotos feitas com pensamentos voltados a um nome, onde a dona simplesmente as deixou ao léu...

Eu chorava de soluçar a cada coisa que eu via, ouvindo os contos que aquelas dezenas de pequenas vozes me contavam, e me tornavam um louco momentâneo, insano de ódio pelo desprezo que cabia ali nas minhas tantas tranqueiras e apetrechos.
Não são insignificantes... Pra mim! Nunca foram, mas eu as calei, fiz errado, pois me guardei o que poderia falar por mim, e pra mim... Eu me joguei dentro das sacolas e caixas! Deixei que o tempo me pusesse a mesma camada de poeira dos objetos todos, as mesmas teias, o mesmo tratamento e importância que tudo isso sempre teve! Igualei-me a tudo, juntei-me e fechei a caixa a qual a minha insignificância coube facilmente dentro, e hoje estou aqui, em pleno primeiro de setembro, chorando pitangas não colhidas, caídas ao chão. Choro, e choro muito pela vida falha onde apostei tudo que tinha, e virei platéia pra ver ir pro ralo, esperanças ao vento, mágoas engolidas, coisas ditas por não ditas, não entendidas, ignoradas.
Terminei, enfim, de trazer todas as muambas entre dezenas de viagens torturantes, onde cada uma delas eu olhava no retrovisor e algo lá atrás me trazia lembranças importantes só pra mim. Senti-me, sinto-me um verdadeiro idiota, derrotado por eu mesmo, um perfeito sonhador capaz até de construir uma família, peitar como pode a vida, e total incapaz de mantê-la para que no final das contas, pudesse ao menos sentir fluir uma fagulha ou outra do sentimento raro chamado amor...
Acabaram as coisas... Eu não sou mais de lá, meu canto lutado e conquistado fora ao chão, e minha bandeira pisoteada!
Eis que ponho-me na porta, de joelhos afim de alcançar o mesmo tamanho da minha pequena, que chorava feito eu. Sangue do meu sangue, ali estava ela, a soluçar, e como mágica, após um longo abraço molhado, colocou a cabeça para trás, olhou nos meus olhos com seus olhinhos vermelhos, queixo franzido, sussurrando com convicção absoluta: Pai, eu amo você!
Ali, o pouco que ainda havia do meu mundo foi ao chão. Faltou ar, perdi a razão, perdi tudo... Naqueles segundos de olhar - prantos e poucas palavras - era como se eu buscasse o céu pela janela querendo ver o sol demorar a fazer a sombra da tarde, para que o tempo pudesse me favorecer e aquele momento pudesse durar mais algumas horas. Eu queria parar toda e completamente a minha vida pra tentar absorver melhor aquilo, e entender realmente o que se passava, mas caí, e me entreguei a dizer o mesmo por várias e várias vezes, pois, enfim, lá estava a prova de que o amor dito de verdade jamais será o escrito, falado, mas sim o sentido, o expressado! Fiquei em pé, e virar as costas me destruiu... Acabou comigo...

Há mais de cinco anos atrás eu descobri um amor de verdade nascendo com ela, e hoje escuto dela a maior retribuição, o maior sentimento humano, que é amar de verdade.
Sou frustrado por não ser amado como homem, e isso me corrói de dentro pra fora, porém, sou o pai mais feliz do mundo, pois tenho a certeza de ter lá com a minha pequena o que preciso de inspiração para viver daqui pra frente, talvez mais uns trinta e dois anos, ensinando a ela a ser filha, ela me ensinando a ser pai, e ambos aprendendo e compartilhando momentos felizes que só pessoas que coração aberto podem ter!

Não sei como será daqui pra frente, pois meus últimos dias só têm somado caos à minha tragédia, mas se até agora eu não desisti de nada na minha vida, se o que eu mais quero nesse mundo é ser feliz de fato, lá vou eu nadar novamente até achar o meu lugar, fincar novamente minha bandeira e fazê-la tremular nem que pra isso eu tenha que soprar pra criar vento! O que me faz feliz hoje é saber que daqui poucos anos, não estarei só mais, pois há no mundo quem jamais me deixará sozinho, disso eu sei, tenho certeza, pois somos um só, pra todo o sempre...

Finalizo dizendo o que na verdade eu gostaria de falar sempre, e como pretendo buscar as cosias agora: Hoje é um primeiro de setembro diferente. Vou jogar metade das minhas coisas fora, renovar, livrar-me do sobrecarregado para tentar ficar mais leve, pois esta data marca o nascimento de um humano predestinado por si a valorizar quem e ao que lhe traga um sorriso, um pequeno desenho num papel recortado torto e amassado, uma gota de esperança dentro dos olhos, umas poucas palavras de afeto, uma migalha de carinho, uma passada de mão no cabelo, um café ralo numa xícara trincada, um simples momento de expressão de verdade! Por mais simples que seja, sempre!

“Acertar sem errar? Eu seria um hipócrita em desafiar a perfeição! Prefiro eu ser o que erra tentando, ao ser mais um que engana a si mesmo para acertar!”
Simples assim...